Quero fugir! Mas, para onde ir?

Há tantos momentos, em que a intensidade do que estamos vivendo é  tamanha, que sentimos vontade de desistir de tudo o que temos, sair correndo e não olhar para trás. Mas, o que eu me pegava pensando nesses momentos era “Fugir para onde?”.

Você já sentiu vontade de fugir? Ir para qualquer lugar aonde as dificuldades não pudessem encontrar você? É, eu também. Há tantos momentos, em que a intensidade do que estamos vivendo é  tamanha, que sentimos vontade de desistir de tudo o que temos, sair correndo e não olhar para trás. Mas, o que eu me pegava pensando nesses momentos era “Fugir para onde?”.

Um dia me questionei se, em algum momento, alguém além de mim já havia se sentido assim. Decidi procurar por essas pessoas na Bíblia (com um pouco de receio de não encontrar ninguém, admito). O amor de Deus, porém, é muito mais impressionante do que possamos pensar ou sonhar, porque realmente encontrei essas pessoas e elas me ensinaram muitas coisas.

É possível citar Moisés, que provavelmente sentiu vontade de fugir, quando Deus deu ordens para que ele fosse até o Faraó e pedisse a ele que libertasse o povo de Israel da escravidão (Gn. 3 e 4). Eu apenas posso imaginar que Moisés quis fugir, já que a Bíblia não conta que ele expressou essa vontade verbalmente.

Houve alguém, porém, que pensou tão fortemente em fugir da situação que estava vivendo, que realmente saiu correndo sem olhar para trás. Pode parecer errado, mas fiquei um pouco contente em saber que alguém também sentia vontade de fugir. Elias fugiu de uma mulher muito má, que estava matando todos os servos de Deus (1ª Rs. 19). Mas, não era nesse tipo de fuga que eu estava pensando, ele estava com medo de morrer, por isso fugiu. A vontade de fugir a qual me refiro é daquele tipo em que nos encontramos sobrecarregados com as situações que estamos vivendo, ou em que elas são pesadas demais para carregar, difíceis demais de viver. Isso tudo aos nossos olhos, claro.

Mas, de todas as pessoas que encontrei, com essa mesma vontade, as que mais chamaram minha atenção foram os seguidores de Jesus. Como cristã sei bem que não é fácil seguir os passos de Cristo. Há muitos obstáculos e barreiras a serem vencidos. Tanto de forma externa quanto de forma interna (mas, vamos deixar isso para uma próxima vez). Quando Jesus esteve em carne e osso aqui na Terra reuniu uma legião de fãs, muitos seguidores, alguns discípulos e poucos amigos.

Em João 6, Jesus traz verdades acerca de quem Ele é que escandalizaram muitos de seus discípulos. Esses homens acharam as palavras de Jesus tão pesadas e, provavelmente, pensaram que seguir a Cristo seria tão difícil que decidiram abandoná-lo. Podemos observar esse relato em João 6.66 onde diz, “Daquela hora em diante, muitos de seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.”

Logo em seguida, Jesus faz algo que me surpreende todas as vezes que releio o texto. Ele questiona aos demais (a Bíblia diz “aos doze”), se eles também desejavam ir. Em minha busca por pessoas fujonas, assim como o meu, observei o Senhor dizendo “Não tenha medo, estou com você!”, “Vá, que Eu falarei através de você!”, então o que poderia ter mudado? Deus mudou sua forma de amar?

Bom, a resposta é um sonoro “Não!”. Deus continua igual. A verdade é que Ele mesmo estava diante dos discípulos, em carne e osso dessa vez. Ele sabia que não era fácil para os seres humanos religiosos e acostumados com seus padrões de oração, jejum e culto, abandonarem suas vidas, para aceitarem viver algo diferente, mesmo que isso os levasse até o Reino dos Céus. Sua pergunta, aparentemente severa, tinha o intuito de separar aqueles que realmente desejavam pagar o preço para estar com Ele.

Quando Jesus questionou seus discípulos, quase pude ouví-Lo me questionar: “[…]Vocês também não querem ir?” (Jo.6.67). Com a resposta de Pedro para a pergunta de Jesus obtive a resposta para o meu próprio questionamento “Para onde fugir?”. Pedro respondeu a Jesus “[…] Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus.” (Jo. 6.68-69).

Percebi que o cansaço das circunstâncias me fez questionar de forma errada. Não deveria perguntar para aonde ir, mas para quem. A resposta a pergunta é, então “Fugir para Jesus!”. Ele nos dá novas forças, Nele encontramos descanso para nossas almas, Seu jugo é suave e Seu fardo é leve (Mt. 11. 28-30).

Talvez a vontade de fugir volte muitas vezes ainda, até porque as situações difíceis do dia a dia não vão desaparecer. Porém, sabemos que temos um lugar seguro para fugir. Ou, ainda, que já estamos no lugar certo, com O Alguém certo, pois somente Ele tem as palavras de vida eterna e somente Nele nossas forças podem ser renovadas.

Por fim, quero dividir com você um trecho da música Deus Meu, do cantor Israel Subirá, que me ajuda a colocar as ideias no lugar e a fazer “perguntas certas” em momentos que o eu fujona venho à tona: “O que tenho eu, além de Ti? E que segurança há em meu ser? E que motivo há pra existir? Se não for você? O que tenho eu, Deus meu?”

Desejo a você uma ótima fuga… direto para Jesus!