Quantas foram as vezes que, sonhando com o futuro, você deixou de viver o presente?

Não é possível que estejamos atentos para ouvir a batida do Senhor, se nossas mentes estiverem preocupadas demais com o que iremos comer, vestir, ou com o que iremos fazer no dia de amanhã.

Quantas foram as vezes que, sonhando com o futuro, você deixou de viver o presente? Parece uma pergunta profunda demais para uma sexta-feira, eu sei. Mas precisamos pensar: ansiar demais pelos próximos passos e esquecer-se daquilo que tem acontecido no hoje, não só faz com que esse futuro que sonhamos nunca exista, mas também pode nos levar para longe de Deus.

O que quero dizer é que não podemos planejar nosso futuro e estabelecermos metas para os próximos meses e anos? Não, de fato o planejamento é algo extremamente necessário se desejamos chegar em algum lugar, não há caminho que possa ser trilhado sem que haja um objetivo final. Contudo, o problema está no momento em que idolatramos tanto o que está a frente, que o usamos como uma fuga dos problemas e situações que precisam ser enfrentados no presente; ou quando, encantados demais pelos nossos próprios planos, esquecemos que talvez os de Deus possam ser diferentes.

Acredito que não há uma maneira melhor de conectarmos nossas vontades com as do Senhor, do que servindo e obedecendo aquilo que Ele nos diz, e para que isso seja possível, precisamos estar disponíveis e atentos. A importância de estarmos presentes e preocupados com o hoje está intimamente conectada com a nossa capacidade de estarmos prontos para servir; não é sem motivo que em Lucas 12, Jesus ensina seus discípulos sobre a inutilidade de nos preocuparmos excessivamente com o amanhã, logo antes de reforçar a importância de mantermos nossas “candeias acesas”.

“Estejam prontos para servir, e conservem acesas as suas candeias, como aqueles que esperam seu senhor voltar de um banquete de casamento; para que, quando ele chegar e bater, possam abrir-lhe a porta imediatamente (Lucas 12.35-36)”.

Não é possível que estejamos atentos para ouvir a batida do Senhor, se nossas mentes estiverem preocupadas demais com o que iremos comer, vestir, ou com o que iremos fazer no dia de amanhã. Nossa maior esperança é reservada para os dias futuros, mas o nosso procedimento no dia de hoje é que determinará se nos encaixaremos como o servo sensato (que estava vigiando e preparado, na chegada do seu senhor), ou como aquele que, ansiado com a demora e a falta de informação de quando seu senhor chegaria, começou a bater nos demais servos, comer, beber e embriagar-se.

Em tempos de inconstância, a ansiedade é capaz de dominar nosso coração. Não sabemos como será o próximo mês, muito menos o próximo ano; o medo nos pega de surpresa e, agarrar-se nos planos para o futuro, acaba sendo “nossa única esperança”. Não há nada de errado em passar por momentos assim, entretanto, ao conhecermos Jesus, temos o dever de direcionar a Ele tudo aquilo que nos incomoda e frustra; precisamos nos firmar em Sua palavra e pedir que o Espírito Santo nos ajude a manter nosso coração no lugar correto. Fugir dos problemas, ou fechar nossos olhos para as possibilidades diferentes daquilo que de antemão planejamos, nunca será a solução.

“Vendam o que têm e deem esmolas. Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe, onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói. Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração” (Lucas 12.33-34).

Jesus fala isso, logo depois de dizer aos discípulos para não gastarem tempo demais preocupando-se com o amanhã. Seu ensino é claro: devemos despender nosso tempo buscando ao Reino de Deus, construindo nosso relacionamento com o Senhor e obedecendo aquilo que sua palavra nos diz hoje; desta forma, nosso coração não estará em nossos próprios planos (por mais que eles existam e sejam bons), mas estará no próprio Deus, fazendo com que estejamos satisfeitos com qualquer caminho diferente, desde que possamos trilhá-lo guiados por Suas mãos.