O remédio para a comparação

Que estejamos livres de procurar nas pessoas ao nosso redor defeitos ou qualidades que não temos, mas que possamos focar em buscarmos ser a melhor versão de nós mesmos, dentro dos padrões que Jesus nos deixou!

A comparação é um dos elementos mais perigosos que podemos nos deparar ao longo de nossas vidas. Tal aspecto nos leva à competição, inveja e orgulho. Não importa se nos sentimos inferiores ou superiores a alguém, tanto uma forma quanto outra, quando infiltradas em nosso coração, nos levam a pecar contra o Senhor e prejudicam o relacionamento com nossos irmãos.

Quantas foram as vezes que, ao desabafar com alguém, você ouviu coisas como “ah, mas quando eu passei por tal situação foi muito pior”, ou ainda, comentou que não poderia fazer algo por estar cansado e escutou um “eu trabalhei muito mais e vou fazer”? É bem possível que muitas. E ainda, quantas foram as vezes que, ouvindo isso, você desejou explicar o porquê de ser diferente com você? Provavelmente todas elas, não é?

Nós somos assim. Essa necessidade de competição e comparação são coisas quase inerentes à nossa condição de seres humanos. Olhamos para alguém com uma vida parecida com a que queríamos ter, vemos outra pessoa fazendo algo diferente do que faríamos; não é difícil que nosso coração facilmente ceda a estes sentimentos pecaminosos de comparação, inveja e orgulho.

Mas como lutar contra isso? Como fugir desse sentimento quando vivemos em uma sociedade que gasta tanto tempo desejando expor a melhor parte de sua vida? Como deixar de lado estas falas, como as que citei anteriormente, se o sentimento de superioridade invade seu coração assim que você nota ser capaz de fazer algo que o outro não é? A Bíblia nos mostra que não somos os únicos a enfrentar este tipo de luta, e o Senhor responde às nossas perguntas.

Em Marcos 9, os discípulos deixam-se tomar pelo orgulho, e começam a discutir entre si qual deles seria o maior; Jesus, ao ouvir tal discussão, é claro em sua resposta: “Mas eles se calaram, porque, no caminho, tinham discutido entre si sobre quem era o maior. E Jesus, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: ‘Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos.” (Marcos 9.33-35). Simples, não é? Não!

Por mais que a teoria seja fácil de entender, a prática pode ser muito mais complicada. Servir aos nossos irmãos, de todo o coração, com amor fraternal, e esquecer-se de si mesmo para isso, é extremamente difícil, mas é nosso chamado como cristãos e precisamos exercitá-lo todos os dias! O padrão é alto, e Filipenses reforça: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Filipenses 2.5-7) Precisamos esvaziar-nos de nós mesmos, servindo aos nossos irmãos, e preferindo antes, dar honra a eles do que a nós, para que só então consigamos nos livrar do orgulho que insiste em estabelecer-se dentro de nossos corações.

Mas uma última ressalva é necessária: a linha entre esvaziar-se de si, e cair na sensação de inferioridade em relação aos outros é tênue e sensível. Por isso, precisamos estar em constante vigilância, conhecendo a Cristo e nos relacionando com Ele de forma cada vez mais intensa. É só assim, compreendendo quem Ele é, e quem nós somos nEle, que podemos exercitar diariamente a ideia de que nunca seremos inferiores ou superiores a nenhum de nossos irmãos.

Mas por fim, somos assim: pecadores, redimidos pela graça, vivendo processos diferentes, e nos relacionando com Cristo de maneiras diversas.

Que estejamos livres de procurar nas pessoas ao nosso redor defeitos ou qualidades que não temos, mas que possamos focar em buscarmos ser a melhor versão de nós mesmos, dentro dos padrões que Jesus nos deixou!